segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Nossa produção... um pouco do que somos


Monólogo
Reflexões do eu observador

Qual será minha próxima máscara, uma máscara por meio da qual vou conseguir esconder mais um problema e mais uma vez me iludir?
Tudo me agrada e nada me prende, quero ser muitos e não sou se não eu mesmo, um eu mesmo que, francamente, nem mesmo conheço bem.
Digam aquilo que eu tenho de fazer e eu vou lá e faço, pronto!! BUM!BUM! RAIOS, mas pare de pensar, pelo amor de deus!
Me escondi atrás do eu inferior orgulhoso, que nunca precisou de ninguém. Não gostava de redes sociais. Me isolei de situações e momentos de vida que eu poderia ter aproveitado. Meu eu inferior recluso e fechado me dominou de tal modo que não consegui perceber.
Me chamavam de velho, enquanto sou jovem; de mendigo, enquanto tenho beleza; de perdido, enquanto quero incansavelmente me encontrar.
Tentei, realmente tentei encontrar algo com que me prendesse.
Mas quem sou eu agora? Atrás de que máscara estou me escondendo? Quero voltar a ser a pessoa que, quando acorda, não precisa pensar 20 minutos sobre a vida. Sobre o que eu fiz e deixei de fazer, e depois disso, saber que esses 20 minutos foram inúteis, pois o tempo é contínuo.
E como o tempo é contínuo, e a única pessoa que certamente estará comigo durante todos os momentos da minha vida sou eu mesmo, então minha imagem auto idealizada é de uma pessoa motivada, criativa e inteligente. Um eu superior que transita pelas três esferas dos tipos de personalidades.
A máscara atrás da qual me escondi esse tempo todo foi a do isolamento, talvez uma saída de defesa romântica para minha derrotas.

Eu sai dessa máscara, quis enfim derrotá-la e eu precisava de um motivo para isso. Meu último resquício de orgulho era ela, o local onde eu realmente um dia pude me encontrar. Quando ela se foi, junto foi a máscara, de modo que agora percebo um tempo perdido e um motivo para mudar.
Poderia ainda pensar que, no momento, me escondo atrás da máscara que eu chamo de transformadora, por meio da qual me sinto livre para me desapegar às coisas com facilidade. Teorias e fundamentos que antes eu acreditava, hoje já não fazem mais sentido, e dessa maneira, a máscara transformadora tem sido minha grande invenção.
Ela tem sido capaz de me fazer desapegar a velhas premissas autodestrutivas e transformá-las em conclusões cujas premissas são a liberdade, o desapego e o anti-orgulho.
Talvez nem seja de fato uma máscara fixa, mas um novo corte de cabelo, que está me ajudando a atravessar a margem do eu inferior para a margem do eu superior, onde minha auto-imagem pretende transitar por um bom tempo, e vai transitar por um bom tempo, pois a vontade foi despertada pelo eu observador, ou seja, por mim mesmo.
E nesse momento de transição, de aperto de mão dos dois homens, não posso fazer nada senão esperar e pensar naquilo que dá sentido a minha existência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário